(Ulisses Capozzoli - Scientific American Brasil) A conquista da Lua, deflagrada por uma queda de braço entre Estados Unidos e a ex-União Soviética, durante a guerra fria, praticamente encerrou-se com o vôo da missão Apollo 17, que durou 12 dias, entre 7 e 19 de dezembro de 1972.
Essa missão bateu o recorde de permanência no solo lunar, mas encerrou o projeto Apollo, iniciado de forma trágica em fevereiro de 1966, e que resultou na morte de três astronautas ainda em terra, em testes da cabine de vôo.
A introdução dos ônibus espaciais, que agora se encaminham para a aposentadoria, na prática impediu a continuidade da exploração lunar.
A comunidade astronáutica americana e internacional ficou dividida entre a continuidade dessas explorações e a entrada em operação da frota dos ônibus.
Com a retirada dos ônibus, novos projetos acenam com um retorno à Lua, anúncio feito já no governo de triste memória de George W. Bush.
Nesta semana, um passo interessante nesse retorno para a Lua foi dado com o lanç
amento de duas sondas americanas em direção à Lua.
Ambas entraram em órbita lunar ontem (terça-feira).
O Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO, na sigla em inglês) deve fazer um novo reconhecimento de terreno para um retorno tripulado à Lua por volta de 2019. Deve ficar em órbita lunar por pelo menos um ano com a função, entre outras, de detectar a distribuição de hidrogênio no satélite natural da Terra e avaliar o índice de radiação nocivo a futuros exploradores.
A presença de hidrogênio é importante como fonte de energia para manutenção de uma presença mais longa na Lua, ao contrário das visitas rápidas dos astronautas da série Apollo.
Já a LCross deverá analisar detalhadamente um conjunto de crateras, especialmente no pólo sul lunar, que podem abrigar preciosos estoques de água deixados ali pelo impacto de cometas no passado remoto.
Parte dessa água escapou para o espaço com a energia do impacto, mas um remanescente deve estar preservado no fundo das crateras, que não são atingidas diretamente pela radiação solar.
Ao lado das fontes de energia, neste caso o hidrogênio, os reservatórios de água são fundamentais para o estabelecimento de colônias humanas que deverão seguir-se à ocupação mais prolongada de astronautas em missões de levantamento e preparação de terreno em atividades que devem incluir especialmente o turismo espacial.
Quem visita museus como o Smithsonian, Washington, e observa as carcaças calcinadas das Apollo que retornaram do espaço, nos anos 60 e início dos 70, tem a clara sensação que já estivemos no futuro.
A chegada, ontem, desse par de exploradores automáticos lunares, no entanto, sugere que o futuro apenas começou.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário