quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Para encontrar água, Nasa vai bombardear a Lua nesta 6ª


(Terra) A sonda Lcross (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite) da Nasa lançará nesta sexta-feira um foguete sobre a cratera Cabeus A, que se encontra na região do polo sul, na face oculta da Lua. A missão tem como objetivo provocar um impacto que levante uma nuvem de pó e rochas sobre a cratera.

A missão é composta de dois módulos que serão separados algumas horas antes do impacto. Um deles é o Centauro, o segundo estágio do foguete Atlas-5 que levou a missão ao espaço, e o outro é a sonda de sensoriamento LCROSS, responsável pela análise dos dados. O primeiro a se chocar contra a Lua será o Centauro. Esse choque provocará uma explosão que levantará uma nuvem de material lunar. Quatro minutos depois, após penetrar na nuvem de fragmentos e estudá-la, é a vez da sonda LCROSS ser lançada contra a superfície do satélite da Terra.

Enquanto estiver em meio à nuvem, a LCROSS analisará a composição de seus materiais e, especialmente, a possível presença de moléculas de água. Será o último ato da sonda após uma viagem de quase nove milhões de quilômetros pelo espaço, que incluiu várias voltas na órbita da Terra e da Lua.

Segundo a Nasa, a cratera Cabeus A foi escolhida por ser considerada ponto "ótimo" para determinar se existe água em regiões próximas ao polo austral do satélite natural da Terra. "A escolha de Cabeus A foi resultado de um ativo debate dentro de nossa comunidade científica, o qual incluiu os últimos dados de observações realizadas desde a Terra e de outras missões lunares, incluindo a do Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO)", disse Anthony Colaprete, cientista da equipe da Lcross.

"A equipe está ansiosa para ver os impactos e analisar a riqueza de informação que esta singular missão produzirá", acrescentou. Mas os impactos do foguete e da sonda sobre a Lua não serão observados somente pelos cientistas encarregados da missão.

A nuvem será analisada também por telescópios de todo o mundo, incluindo os do Havaí, os do Novo México e Arizona, assim como o telescópio espacial Hubble e o orbitador lunar LRO. "Estas observações múltiplas complementarão os dados da LCROSS e ajudarão a determinar se existe ou não água em forma de gelo na cratera Cabeus A", disse Jennifer Heldmann, no Laboratório Ames de Pesquisas da Nasa, na Califórnia.

Segundo informações de agências internacionais, para visualizar o impacto e a poeira será necessário um telescópio de médio porte. O choque ocorrerá por volta das 08h30 (horário de Brasília) não sendo visível do Brasil.

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