quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Russos veem chance de construir base em cavernas na Lua

(Reuters/Terra) Os Estados Unidos podem ter colocado o primeiro homem na Lua, mas cientistas e exploradores espaciais russos estão agora de olho em um novo objetivo: a criação de uma colônia lá. A descoberta de túneis vulcânicos na Lua poderia fornecer um abrigo natural para a primeira colônia lunar, disseram cosmonautas e cientistas nesta terça-feira.

Pesquisadores já suspeitavam que o passado vulcânico da Lua deixou uma rede subterrânea de túneis de lava, e imagens de 2008 da sonda japonesa Kaguya mostraram um caminho possível - um misterioso e profundo buraco surgindo na superfície. "Esta nova descoberta de que a Lua pode ser um corpo poroso pode alterar significativamente a nossa abordagem de fundar bases lunares", afirmou o cosmonauta veterano Sergei Krikalyov, que dirige o centro de treinamento russo Cidade da Estrela, nos arredores de Moscou, durante um fórum sobre o futuro dos voos espaciais tripulados.

"Se realmente for confirmado que a Lua tem uma série de cavernas que podem fornecer alguma proteção contra a radiação e chuvas de meteoros, ela poderia ser um destino ainda mais interessante do que se pensava", disse ele.

Uma imagem de tendas infláveis pontilhando a paisagem lunar ajudou os participantes do fórum a imaginar as bases lunares. "Não haveria qualquer necessidade de escavar o solo lunar e construir paredes e tetos", disse Krikalyov. "Seria o suficiente usar um módulo inflável com uma casca dura exterior, falando a grosso modo, para vedar as cavernas".

A primeira dessas colônias lunar poderia ser construída em 2030, estimou Boris Kryuchkov, chefe-adjunto de ciências no centro de treinamento. Como as agências espaciais do mundo debatem para onde voar além da órbita inferior da Terra, incluindo missões no espaço para asteroides e Marte, o chefe de programas de voos espaciais tripulados da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) disse que a Lua também parecia atraente. "Na ESA, ainda há um foco muito forte na Lua. Poderia ser um primeiro passo natural lá", disse Martin Zell à Reuters.
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