sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lua influencia experiências de partículas

A influência da Lua nas marés é conhecida e sabe-se também empiricamente que em noites de lua cheia nascem mais bebés na Terra. Mas os efeitos lunares não se ficam, afinal, por aqui.





(DN - Portugal) Também as partículas mais elementares da matéria, como os protões, que entram na constituição do núcleo dos átomos, sofrem as influências das fases da lua nas colisões realizadas no CERN, o laboratório europeu de física de partículas, em Genebra. Por isso, os investigadores envolvidos nas experiências no Large Hadron Colider (LHC), na sua busca sobre o Big Bang e a "partícula de Deus", têm de ajustar regularmente as órbitas dos feixes de protões envolvidos nestas colisões no interior do túnel subterrâneo de 27 quilómetros de diâmetro, para evitar as distorções nos resultados causadas por estas partículas aluadas.

Este efeito é conhecido pelos físicos do CERN desde as colisões feitas há duas décadas no LEP, o colisionador de partículas que antecedeu o LHC no túnel que atravessa a fronteira franco-suíça debaixo de terra, mas em 3 de Junho último (noite de Lua Cheia) os cientistas do CERN mediram a luminosidade instantânea durante as colisões e determinaram assim as pequenas distorções verificadas em diferentes pontos do túnel. "Os cientistas conseguiram estas deformações criadas pelas diferentes forças gravitacionais da Lua ao longo de todo o diâmetro", explicou o CERN, citado pelo diário espanhol ABC.

E se estas pequenas variações não são detetáveis a olho nu, a necessidade de precisão nas medições das experiências no CERN não se compadece com a mais pequena variação gravitacional causada pelo satélite natural da Terra. "Os operadores do LHC apercebem-se dessas variações porque o acelerador é muito grande e muito preciso", sublinhou, citada pelo mesmo diário, a investigadora Pauline Gagnon, uma das autoras do estudo.
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E mais:
Ensinando as fases da Lua (Scielo - em espanhol)

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