terça-feira, 21 de janeiro de 2014

NASA propõe “catalisar” voos para Lua

A NASA está alargando a parceria espacial estatal-privada. Em 16 de janeiro a agência fez uma nova proposta para representantes da comunidade empresarial: o desenvolvimento de sistemas de transporte e de pouso brando de cargas na Lua.


(Voz da Rússia) A NASA propõe criar sistemas de transporte e de pouso de cargas da classe pequena e média (até 500 kg) no nosso satélite. Os detalhes serão comunicados no quadro de uma conferência televisiva marcada para 27 de janeiro, da qual poderão participar todos os representantes interessados do ramo.

O programa de transporte de cargas e de pouso brando na Lua (Lunar Cargo Transportation and Landing by Soft Touchdown, ou, abreviadamente, Lunar CATALYST – Catalisador Lunar) dá continuação à ideologia da participação de companhias privadas da exploração espacial, ou seja do transporte de cargas e de astronautas para a Estação Espacial Internacional (EEI). Agora, como se diz num comunicado oficial, “a indústria dos EUA criará condições, para que a NASA possa desenvolver novas tecnologias na Lua”.

O Lunar CARALYST propõe a todas as companhias interessadas enviar à NASA uma descrição do sistema suposto do envio de cargas à Lua ou, falando mais simplesmente, de aparelhos de voo e de pouso. O novo sistema deve ser compatível com veículos espaciais acessíveis no mercado. A massa de cargas a serem enviadas é de 30-100 e de 250-500 kg (classe pequena e média). Destaque-se a título de comparação que o segundo veículo lunar pesava 836 kg e o “Coelho de Jade” chinês – 140 kg.

Além da descrição técnica do futuro sistema a proposta deve conter informações sobre as possibilidades de comercialização desta tecnologia – um certo plano empresarial do desenvolvimento do serviço lunar de transporte, incluindo potenciais missões e clientes futuros, assim como um plano progressivo.

O prazo final de apresentação de propostas está marcado para 17 de março. Os resultados serão anunciados em abril. Em conformidade com o concurso, a NASA irá concluir vários contratos (Space Act Agreement). O número exato será conhecido só após o resumo dos resultados. Por outro lado, não se exclui a possibilidade de nenhuma das propostas for aceita.

O contrato não prevê quaisquer ofertas financeiras. A NASA, em geral, prefere apenas “ensinar a viver” não ajudando materialmente, isto é não concedendo gratuitamente alguns serviços que, falando em termos gerais, não são muito baratos. O anúncio refere possíveis formas da participação da agência: consultas de especialistas da NASA levando em consideração a experiências de missões lunares; a possibilidade de utilizar standes de ensaio; a possibilidade de emprestar equipamentos e, finalmente, a concessão de programas de computador para a projeção e testes do aparelho de pouso.

Para aqueles que acompanham as notícias espaciais, são interessantes não apenas os resultados do concurso, mas também a opinião de seus participantes sobre os futuros lucros da exploração da Lua. O comunicado da NASA faz destaque para as tarefas de prospecção científica da Lua. O estudo da Lua e o recenseamento gradual dos seus recursos exigem missões sistemáticas de transporte de seu solo, o desdobramento de uma rede de estações de observação e o ensaio de tecnologias prometedoras. Em outras palavas, organizações públicas e de pesquisas científicas, ocupadas em projetos espaciais, podem tornar-se clientes principais dos possíveis vencedores do concurso. Contudo, tanto que as encomendas de estudo da Lua “chegam” na maioria dos casos a partir do nível estatal (o concurso Google XPrice é uma rara exceção), trata-se de fato de um empreiteiro estatal.

Ou empreiteiros, acreditando em que outros países irão participar dinamicamente da exploração do nosso satélite. E há razões para isso. O próprio programa surgiu suspeitosamente depressa após o pouso bem-sucedido e passadas primeiras semanas do trabalho do “Coelho de Jade”. A China demostrou que está seriamente orientada para o estudo da Lua e pretende observar os prazos anunciados no seu programa. Então uma demora na questão lunar pode custar não apenas a primazia na corrida, mas também o corpo celeste inteiro.

Potencialmente, estão também interessados no projeto Lunar CATALYST os participantes do concurso Google Lunar XPrice de envio de um veículo privado para a Lua (infelizmente, a única equipe russa com o projeto “Selenokhod” abandonou esse concurso).

É de supor com cuidado que o nome de “catalisador” se justifique: muitos entusiastas do espaço e muitos países estão interessados deste ou de outro modo na exploração da Lua. Os planos empresariais, que devem ser apresentados como uma parte da proposta, são deste modo um prognóstico para o futuro mais próximo, o futuro espacial da humanidade.

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