Aldrin na Lua, com Armstrong refletido em seu visor (Foto: Nasa)
(G1) Naquele histórico dia 20 de julho de 1969, poucos ficaram sabendo, mas a primeira ação de um ser humano na Lua foi uma discreta comunhão presbiteriana. O piloto do Módulo Lunar da nave Apollo 11, Edwin "Buzz" Aldrin, tinha levado a Eucaristia preparada pelo pastor de sua igreja no Texas. Antes da comunhão, Aldrin pediu que "todos os que estiverem ouvindo" a primeira transmissão de rádio lunar "agradecessem, cada um à sua maneira" pela chegada de seres humanos ao satélite natural da Terra.
Gestos como o de Aldrin marcaram cada passo da viagem da Apollo 11, liderada por Neil Armstrong e também com a participação de Michael Collins (que ficou cuidando do módulo de comando, em órbita da Lua, e acabou não pisando no solo lunar). Apesar da corrida espacial e do clima de rivalidade entre americanos e soviéticos que marcava o mundo 40 anos atrás, o governo dos EUA, a direção da Nasa e os próprios astronautas fizeram de tudo para retratar sua jornada como um marco do potencial pacífico da humanidade inteira -- e, em grande parte, conseguiram.
O local escolhido para o pouso foi uma área no sul da região lunar conhecida como Mar da Tranquilidade, que sondas robóticas tinham analisado e considerado relativamente plana e pouco acidentada anos antes. A ideia era evitar que os astronautas tivessem grandes problemas com o pouso e nas caminhadas lunares.
Durante a descida, alguns sustos: o computador de bordo do Módulo Lunar deu uma série de alarmes, por causa da incapacidade da máquina, um bocado primitiva para os padrões de hoje, de lidar com todos os dados que estava recebendo ao mesmo tempo -- algumas das tarefas do computador tinham de ser adiadas. No fim da descida, os astronautas Armstrong e Aldrin só tinham 25 segundos de combustível sobrando para o trajeto.
Armstrong confirmou a descida segura com a frase: "Houston, aqui Base da Tranquilidade. A águia pousou [referência ao nome 'Eagle', ou Águia, dado ao Módulo Lunar]". Após uma certa dificuldade para atravessar a escotilha do módulo, os astronautas se puseram a explorar as vizinhanças do local de pouso. Recolheram amostras do solo (descrito como "quase um pó" por Armstrong), instalaram um sismógrafo, fincaram a bandeira americana e falaram com o presidente americano de então, o republicano Richard Nixon. O chão lunar era escorregadio, mas a gravidade muito inferior à da Terra facilitava os movimentos, e Aldrin chegou a treinar uma espécie de "movimento canguru".
Além da bandeira dos EUA, os astronautas deixaram para trás uma placa com um desenho de ambos os hemisférios da Terra e a mensagem "Aqui homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua, em julho de 1969 d.C. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade". Para confirmar o propósito pacífico, também ficou para trás uma réplica de ouro de um ramo de oliveira, tradicionalmente um emblema de paz desde a Antiguidade. O dia terminou da forma mais prosaica imaginável: uma soneca de sete horas dos astronautas dentro do módulo.
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