(Apolo11) Devido ao ângulo de inclinação, algumas crateras lunares nunca são iluminadas pelo Sol, especialmente aquelas mais próximas dos polos. Acredita-se que algumas dessas crateras não recebem a luz solar desde a formação da Lua e permanecem escuras e congeladas há bilhões de anos.
Cratera Erlanger registrada pela sonda LRO em 15 de agosto de 2009.
Recentemente, durante sua missão de mapeamento a sonda lunar LRO registrou uma dessas crateras, localizadas a poucos graus do polo norte do nosso satélite. Batizada de Erlanger, a depressão se localiza sob as coordenadas 87 N e 28.6 E e tem aproximadamente 10 km de diâmetro. O ângulo de iluminação solar é tão rasante que o Sol nunca atinge suas profundezas, ficando a iluminação restrita apenas às bordas da cratera, conforme mostra a cena retratada pela sonda.
O fato dos raios de Sol nunca atingirem o fundo da cratera faz com que seu interior atinja temperaturas abaixo de 200 graus negativos, o que despertou nos cientistas a possibilidade da existência de água congelada nas regiões mais profundas da Lua. De fato, diversos estudos e sondagens apontam para essa possibilidade, o que motivou a Nasa e outras agências espaciais a acelerarem seus programas de prospecção lunar.
LRO/LCROSS
Uma das mais importantes missões em atividade é a das sondas americanas LRO/LCROSS, lançadas em 18 de junho de 2009 e inseridas na órbita lunar quatro dias depois.
Em órbita da Lua a 50 km de altitude, a LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter ou Orbitador de Reconhecimento Lunar) tem a tarefa de mapear nosso satélite através de câmeras de alta resolução, com o objetivo de criar um detalhado mapa topográfico capaz de apontar possíveis reservatórios de água e os melhores locais para o pouso das próximas missões tripuladas à Lua.
Diagrama mostra como será o impacto da sonda LCROSS contra uma das crateras lunares. Crédito: /Nasa/Gsfc/Apolo11.com.
Por sua vez, a sonda companheira LCROSS realizará uma tarefa mais bruta e se chocará contra o fundo de uma das crateras polares, levantando uma pluma de material a seis metros de altitude. O choque acontecerá a uma velocidade estimada de 9 mil km/h e produzirá uma explosão equivalente a 1 tonelada de TNT.
O impacto ejetará uma grande quantidade de material das profundezas da cratera, expondo-o à luz solar. Se houver gelo, ele será pulverizado e a luz ultravioleta do Sol quebrará suas moléculas em hidrogênio (H) e hidróxido (HO). A LRO estará vindo logo atrás e penetrará na nuvem de fragmentos, onde os espectroscópios a bordo da sonda tentarão detectar a assinatura típica do H2O, além da assinatura do hidróxido (HO) em no comprimento de onda 308 nanômetros.
O dia do choque está previsto para 9 de outubro, às 08h30 pelo Horário de Brasília, mas os cientistas ainda não definiram qual cratera será impactada.
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