quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sonda LRO registra cratera mergulhada na escuridão lunar

(Apolo11) Devido ao ângulo de inclinação, algumas crateras lunares nunca são iluminadas pelo Sol, especialmente aquelas mais próximas dos polos. Acredita-se que algumas dessas crateras não recebem a luz solar desde a formação da Lua e permanecem escuras e congeladas há bilhões de anos.

Cratera Erlanger registrada pela sonda LRO em 15 de agosto de 2009.



Recentemente, durante sua missão de mapeamento a sonda lunar LRO registrou uma dessas crateras, localizadas a poucos graus do polo norte do nosso satélite. Batizada de Erlanger, a depressão se localiza sob as coordenadas 87 N e 28.6 E e tem aproximadamente 10 km de diâmetro. O ângulo de iluminação solar é tão rasante que o Sol nunca atinge suas profundezas, ficando a iluminação restrita apenas às bordas da cratera, conforme mostra a cena retratada pela sonda.

O fato dos raios de Sol nunca atingirem o fundo da cratera faz com que seu interior atinja temperaturas abaixo de 200 graus negativos, o que despertou nos cientistas a possibilidade da existência de água congelada nas regiões mais profundas da Lua. De fato, diversos estudos e sondagens apontam para essa possibilidade, o que motivou a Nasa e outras agências espaciais a acelerarem seus programas de prospecção lunar.

LRO/LCROSS
Uma das mais importantes missões em atividade é a das sondas americanas LRO/LCROSS, lançadas em 18 de junho de 2009 e inseridas na órbita lunar quatro dias depois.

Em órbita da Lua a 50 km de altitude, a LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter ou Orbitador de Reconhecimento Lunar) tem a tarefa de mapear nosso satélite através de câmeras de alta resolução, com o objetivo de criar um detalhado mapa topográfico capaz de apontar possíveis reservatórios de água e os melhores locais para o pouso das próximas missões tripuladas à Lua.

Diagrama mostra como será o impacto da sonda LCROSS contra uma das crateras lunares. Crédito: /Nasa/Gsfc/Apolo11.com.




Por sua vez, a sonda companheira LCROSS realizará uma tarefa mais bruta e se chocará contra o fundo de uma das crateras polares, levantando uma pluma de material a seis metros de altitude. O choque acontecerá a uma velocidade estimada de 9 mil km/h e produzirá uma explosão equivalente a 1 tonelada de TNT.

O impacto ejetará uma grande quantidade de material das profundezas da cratera, expondo-o à luz solar. Se houver gelo, ele será pulverizado e a luz ultravioleta do Sol quebrará suas moléculas em hidrogênio (H) e hidróxido (HO). A LRO estará vindo logo atrás e penetrará na nuvem de fragmentos, onde os espectroscópios a bordo da sonda tentarão detectar a assinatura típica do H2O, além da assinatura do hidróxido (HO) em no comprimento de onda 308 nanômetros.

O dia do choque está previsto para 9 de outubro, às 08h30 pelo Horário de Brasília, mas os cientistas ainda não definiram qual cratera será impactada.

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