segunda-feira, 10 de março de 2014

No mundo da Lua

O brasileiro Ricardo Tolentino é referência internacional no estudo do satélite natural, tendo sido responsável pela descoberta de cinco crateras fantasmas. Agora, os dados colhidos em seis anos de pesquisa se transformarão em livro


Belo Horizonte
(Correio Braziliense) Para os apaixonados, ela é sinônimo de romantismo. Inspiração para versos e melodias de poetas e trovadores. Basta olhar o céu à noite para se encantar com seu esplendor. Corpo celeste que mais fascínio exerce sobre as pessoas, a Lua é esmiuçada desde 2008 pelo engenheiro civil Ricardo José Vaz Tolentino, diretor-geral da Faculdade de Ciências Empresariais da Universidade Fumec, em Belo Horizonte. Ele é um selenógrafo, nome dado aos que se dedicam ao estudo do satélite natural. O resultado de anos de pesquisa está no livro Lua, gigante cósmico, que ele finaliza. “Depois de 50 anos, será o primeiro livro científico brasileiro lançado sobre a Lua”, diz.

Considerado um dos maiores especialistas brasileiros no tema, Tolentino é responsável pela identificação de cinco crateras fantasmas, depressões causadas por impactos de asteroides e cometas que se tornam praticamente imperceptíveis por estarem submersos em lava. Coube também a ele fotografar uma cratera cujo contorno lembra o mapa do Brasil. Os feitos tiveram repercussão internacional entre os estudiosos e os interessados em Jaci, como os índios tupi-guarani se referem à Lua.

Mesmo com a chegada do homem ao solo lunar, em 20 de julho de 1969, com a missão Apollo 11, e com o envio de sondas para explorá-lo, nos últimos 45 anos, a selenografia apresenta descobertas que ajudam cientistas em avanços importantes na compreensão do corpo celeste. “A combinação da rotação (em torno do próprio eixo), revolução (em torno da Terra) e libração (pequenas oscilações ou balanços verticais e horizontais) faz com que o aspecto visual da Lua nunca se repita. Por causa da dinâmica entre luz e sombra, o movimento de libração nos permite enxergar até 9% além da face visível do satélite”, diz.

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