Usina Lunar pretende gerar energia limpa para a Terra

Projeto de empresa japonesa quer captar células solares de até 13 mil Terawatts

(Yahoo) Nos últimos anos, vem se pesquisando diversos tipos de energia sustentáveis para amenizar problemas ambientais, além de ser limpa, barata e acessível. A partir disto a empresa Shimizu, do Japão, pensou em inovar e surpreender até pesquisadores. A companhia quer trazer energia da Lua para Terra, o chamado Luna Ring, capaz de captar 13 mil terawatts de energia para a Terra.

O objetivo da empresa é instalar uma sede na Lua para captar células solares e transmiti-las por meio de estações de recepção em partes do planeta. Assim, envolve a construção de um cinturão de células solares em torno de 11 mil km ao redor da Lua e até 400 km de largura.

A eletricidade passaria por conversões de energia como: microondas; raio laser e elétrica, desta seria redistribuída às redes existentes ou, ainda, reaproveitadas como combustível e armazenamento. A operação na sede lunar ficaria por conta de robôs que serão operados por humanos, na Terra.

Segundo a própria Shimizu, esse tipo de programa de usina de energia serve para abrir uma porta para uma sociedade sustentável, utilizando tecnologia espacial avançada.

O engenheiro Antônio Carlos Moreirão de Queiroz, professor do Programa de Engenharia Elétrica da COPPE/UFRJ comenta que, inicialmente, o projeto é "irrealístico", pois não há experiências de envio de materiais de grande porte para o espaço, principalmente para a Lua.

"Não há experiência em transmitir por microondas tal potência. Impossível não é, mas há muito a desenvolver até se chegar ao ponto de começar tal projeto".

De acordo com a Nasa, esse "anel lunar" poderia alcançar 24/7 geração de energia limpa contínua, potencialmente terminando a nossa dependência de recursos naturais limitados.

Assim, isso seria uma vantagem para o planeta, uma vez que os recursos naturais são uma forma de obter energia renovável. Em contra partida, segundo o engenheiro Antonio Carlos a desvantagem está nos custos, além de promover questões políticas.

"A desvantagem dos problemas políticos de ocupação da Lua por uma empresa, e o controle que ela teria na geração e transmissão de energia. Há o aspecto de "Estrela da Morte", um sistema emitindo um poderoso feixe de microondas na direção da Terra. Ou seja, com um pequeno desajuste se teria uma arma poderosa".

Para que esse "sonho de coexistência infinita da humanidade e da Terra" saia do papel da empresa japonesa será necessário investimentos e anos para a sua realização, pois é datada para o ano de 2035.