terça-feira, 25 de novembro de 2014
Buzz Aldlin ao lesgate!
(Mensageiro Sideral - Folha) Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, está oferecendo sua ajuda aos chineses para auxiliá-los em seu próprio projeto de exploração lunar tripulada. Em visita a São Paulo, o ex-astronauta americano declarou suas polêmicas intenções a um grupo de jornalistas brasileiros.
“As pessoas podem reagir de dois modos. Ou elas dirão, ‘ele perdeu a cabeça e decidiu ajudar o inimigo’, ou dirão, ‘ele está fazendo como um cidadão particular o que o governo americano deveria estar fazendo’. Espero que a maioria entenda desse segundo jeito”, afirmou, em almoço promovido pela Omega, empresa suíça que fornece relógios de pulso para a Nasa desde a década de 1960.
O assunto é controverso porque, no momento, existe até mesmo uma lei nos Estados Unidos que proíbe a agência espacial americana de cooperar com a China. Aldrin sabe que os chineses avançarão no espaço com ou sem a cooperação ianque e espera influenciar o Congresso americano para que essa política inflexível seja revertida.
Buzz alega que sua contribuição particular com os chineses não teria nenhum impedimento legal. “Tudo que eu sei de pousos lunares está em relatórios públicos, não há nada confidencial. É só a minha experiência.”
O ex-astronauta diz manter contato frequente com membros do programa espacial chinês, dentre eles Yang Liwei, o primeiro taikonauta a ir ao espaço. “Eles têm muita vontade de cooperar com os Estados Unidos.”
UM OLHO NA LUA, OUTRO EM MARTE
Enquanto defende que os Estados Unidos deveriam usar seu expertise para ajudar outras nações a chegarem à Lua, Aldrin não esconde que sua maior ambição é ver uma missão internacional a Marte. Para isso, ele tem trabalhado nos últimos 30 anos numa arquitetura que possibilite a visitação contínua ao planeta vermelho, por um custo que os programas espaciais do mundo — com um natural acréscimo em seus orçamentos — possam pagar.
Em conversa com o Mensageiro Sideral, Buzz detalhou seu plano, que envolve alguns dos elementos atualmente em desenvolvimento pelo programa americano, como a cápsula Órion, e outros ainda a ser criados, como um módulo rígido de habitação para ser levado à Lua (e depois a Marte), que o ex-astronauta diz que será desenvolvido pela empresa europeia Thales Alenia Space.
A ideia é ir montando gradualmente uma infraestrutura espacial que contemple estações nos pontos de Lagrange do sistema Terra-Lua (onde a gravidade do planeta e do satélite se anulam, permitindo o “estacionamento” de naves) e que, nas viagens marcianas, usem uma órbita descoberta pelo próprio Aldrin e referida hoje nos círculos aeroespaciais como o “ciclo de Aldrin”. Trata-se de uma trajetória em que um veículo se alternaria precisamente entre passagens próximas da Terra e de Marte, a cada 26 meses.
É quase como montar um “circular” que opere entre os dois planetas, sem nunca parar. Ao passar pela Terra, o veículo seria abastecido com suprimentos e equipamentos, para posteriormente deixá-los em Marte. Por nunca descer em nenhum dos dois mundos, ele permitiria o transporte relativamente frequente entre os planetas, a um custo em tese mais baixo. Buzz está colaborando com diversas instituições, dentre elas o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), para dar toques finais ao projeto e submetê-lo à Nasa. O presidente Barack Obama já declarou que o objetivo final da agência é o envio de astronautas a Marte, mas ainda não há uma arquitetura definida para a viagem. É aí que Aldrin quer encaixar seu plano.
Diz ele que a iniciativa poderia ser anunciada em 2019, em celebração aos 50 anos do primeiro pouso lunar, e o primeiro desembarque em Marte ocorreria duas décadas depois, em 2039. Com um detalhe: Aldrin imagina que os primeiros astronautas devem ir até lá para ficar e assim iniciar a implementação de uma colônia humana no planeta vermelho.
“Quero muito que meu legado seja o futuro”, diz o ex-astronauta. Será que dá pé? Bem, não custa lembrar que Buzz já fez o impossível uma vez.
----
E mais:
“Devemos ajudar os chineses a chegar à Lua” (O Globo)
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Cientistas britânicos propõem que cada pessoa deixe sua marca na Lua
Milhões de pessoas poderão “eternizar” seus nomes na Lua, escreve a edição britânica The Daily Mail.
(Voz da Rússia) Nos próximos dez anos, em direcção ao satélite da Terra será lançado um engenho espacial privado. Por uma taxa de 64 libras esterlinas (cerca de 100 dólares), os participantes do projeto terão a possibilidade de comprar um espaço digital para vídeos e fotos, podendo também enviar uma mecha de cabelo, para já, sem uma taxa determinada.
O engenheiro David Iron, autor da ideia, declarou: “Será possível gravar na carta de memória qualquer informação, como se fosse um arquivo pessoal”.
Deste modo, centenas de discos digitais partirão para a Lua, devendo ser colocadas no fundo de um poço de 100 metros, perfurado na superfície.
Enquanto isso, os materiais obtidos mediante a perfuração, cuja idade se pode estimar em 4 bilhões de anos, serão examinados por cientistas. O projeto, intitulado “Primeira missão rumo à Lua” prevê o envio de uma sonda para o polo sul da Lua, iluminado pelo Sol durante o ano inteiro. O projeto tem por objetivo examinar o solo lunar e explorar a possibilidade de instalar uma base na superfície da Lua.
Segundo cálculos, o dinheiro angariado dessa forma será suficiente para arcar com as despesas relacionadas com o lançamento da sonda. Espera-se que a soma de contribuições totalize, na primeira etapa, 950 mil dólares.
(Voz da Rússia) Nos próximos dez anos, em direcção ao satélite da Terra será lançado um engenho espacial privado. Por uma taxa de 64 libras esterlinas (cerca de 100 dólares), os participantes do projeto terão a possibilidade de comprar um espaço digital para vídeos e fotos, podendo também enviar uma mecha de cabelo, para já, sem uma taxa determinada.
O engenheiro David Iron, autor da ideia, declarou: “Será possível gravar na carta de memória qualquer informação, como se fosse um arquivo pessoal”.
Deste modo, centenas de discos digitais partirão para a Lua, devendo ser colocadas no fundo de um poço de 100 metros, perfurado na superfície.
Enquanto isso, os materiais obtidos mediante a perfuração, cuja idade se pode estimar em 4 bilhões de anos, serão examinados por cientistas. O projeto, intitulado “Primeira missão rumo à Lua” prevê o envio de uma sonda para o polo sul da Lua, iluminado pelo Sol durante o ano inteiro. O projeto tem por objetivo examinar o solo lunar e explorar a possibilidade de instalar uma base na superfície da Lua.
Segundo cálculos, o dinheiro angariado dessa forma será suficiente para arcar com as despesas relacionadas com o lançamento da sonda. Espera-se que a soma de contribuições totalize, na primeira etapa, 950 mil dólares.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Missão internacional faz 'vaquinha' para chegar à Lua
(BBC) Um consórcio britânico de empresas parece ter a solução para quem quer se aventurar no turismo espacial com pouco dinheiro - mesmo que à distância.
Sob o nome de Lunar Mission Limited, o grupo quer fazer uma vaquinha para enviar à Lua em 2024 uma sonda que estudaria condições para o estabelecimento de bases no satélite terrestre. O consórcio tentará custear a conta de cerca de R$ 2 bilhões com "crowdfunding" - pequenas doações pela internet.
Em troca do dinheiro, doadores poderiam ter fotos suas, assim como textos e mesmo amostras de DNA, colocadas numa cápsula para ser enterrada na superfície lunar.
O objetivo maior da Lunar Mission, porém, é fazer um estudo geológico do Polo Sul lunar e investigar as condições para a construção de bases para abrigar humanos.
Alguns dos cientistas mais famosos da Grã-Bretanha, como o astrofísico e apresentador de TV Brian Cox e o astrônomo-real, Lord Rees, endossam o projeto.
Imortalidade
David Irons, diretor do consórcio e um conhecido investidor da City, o centro financeiro de Londres, diz ter criado o projeto ao ler sobre as dificuldades orçamentárias enfrentadas por governos para financiar programas espaciais.
"Qualquer um no mundo agora poderá participar. A missão fará uma grande contribuição para nosso conhecimento sobre a Lua", disse Irons à BBC.
A Lunar Mission Ltd espera levantar cerca de R$ 2 milhões já nas próximas quatro semanas, usando o site de crowfunding Kickstarter, para dar início ao projeto.
Nos próximos quatro anos, o público poderá comprar lotes virtuais no computador da sonda para armazenar mensagens de texto, fotos, músicas e vídeos. Também poderão pagar para ter um fio de cabelo colocado na cápsula a ser enterrada no satélite natural da Terra. Segundo os cientistas envolvidos no projeto, o material poderá resistir por 1 bilhão de anos.
Mandar o fio de cabelo custará cerca de R$ 200, ao passo que R$ 600 garantem o envio de um vídeo.
A sonda também levará uma espécie de enciclopédia sobre a história humana que a Lunar Mission Ltd espera ser uma espécie de "cópia back-up" para o caso da população humana se extinguir.
"Mais do que apenas assistir à missão, as pessoas podem participar dela, e não apenas com o financiamento", explicou Irons, acrescentando que os investidores poderão participar de decisões como a escolha do local de aterrissagem da sonda.
No plano científico, a missão tentará fazer escavações no solo lunar para analisar amostras do subsolo, em profundidades de pelo menos 20 metros, 10 vezes mais do que em missões anteriores ao satélite, incluindo as tripuladas do projeto Apollo da Nasa.
No mês passado, a exploração privada do espaço sofreu um duro golpe com um acidente no voo de teste da SpaceShip Two, aeronave com que o bilionário britânico Richard Branson esperava dar início a uma nova era do "turismo espacial".
----
Matérias similares no G1, Terra, R7, iG, Exame, DN - Portugal e UOL
----
E mais:
Lunar Mission One - o projecto que depende de todos (Astropolítica)
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Acidente atrasa viagens à Lua
(Ulisses Capozzoli - Scientific American Brasil) O acidente com a nave aeroespacial suborbital SpaceShipTwo, que explodiu logo depois de se desprender de sua nave-mãe, a WhiteKnightTwo ˗˗ na tarde do 31 de outubro passado, em voo teste na California ˗˗, pode ter impacto na ocupação da Lua, ainda que esses dois fatos possam parecer distantes e sem qualquer relação, à primeira vista.
A nave, desenvolvida para explorar o turismo suborbital, um voo balístico em que atinge uma altitude máxima ˗˗ em torno de 100 km, e volta a mergulhar rumo à superfície da Terra ˗˗ integra a primeira geração de naves para desmistificação do voo espacial, ainda que seu alcance se restrinja ao espaço suborbital, o que significa dizer, incapaz de levá-la à órbita da Terra como ocorria, por exemplo, com os aposentados ônibus espaciais.
Por trás do argumento que abre esse artigo está a pergunta de um sem número de pessoas: se a Lua foi conquistada nos anos 60, e até 1972 recebeu uma viagem tripulada, por que uma nova geração de astronautas não põe os pés no satélite da Terra?
A resposta a essa questão produziria mais que um livro e recuaria às profundezas do tempo, desde que o primeiro homem, evidentemente uma pura abstração, observou a moeda prateada da Lua escalando o céu e se perguntou quando um humano poderia tocá-la com as mãos.
Essa proeza tomou forma dos vertiginosos anos 60, mais especificamente em 20 de julho de 1969, quando a tripulação da Apollo 11, formada por três astronautas, levou dois deles a pousar na Lua, enquanto um terceiro permanecia em órbita lunar, na nave de resgate que traria a equipe toda de volta à Terra.
A pré-história do espaço
Mas o voo triunfal da Apollo 11 não teria existido se, em 12 abril de 1961, um astronauta, ou cosmonauta, como foi chamado na União Soviética, com a cara redonda e o sorriso fácil de um quase adolescente, não tivesse entrado em órbita da Terra e voado em meio ao que pareceu a boa parte de seus contemporâneos, viajado entre as estrelas.
Iuri Gagárin (1934-1968) quem anunciou do espaço que “a Terra é azul” metaforicamente abriu as viagens tripuladas para a Lua e, no futuro próximo, para Marte ainda neste século. Talvez num futuro apenas um pouco mais distante, eventualmente no século 22, para as bordas do Sistema Solar ou mesmo para um mundo em órbita de uma estrela vizinha.
Mas, por que desistimos da Lua?
A conquista da Lua, e este é um fato inequívoco, foi um feito de toda a humanidade, ainda que, circunstancialmente, tenha representado uma queda de braço entre a então União Soviética, líder do mundo socialista, e os Estados Unidos, líder do bloco capitalista.
A principal razão de a conquista da Lua ser um feito de toda a humanidade está relacionada ao fato de a ciência ˗˗ corpo de conhecimento que inclui, por exemplo a astronáutica, a lei dos gases, dos movimentos e a gravitação universal, entre outros ˗˗ ser uma realização humana e não uma conquista uniliteral de qualquer nação.
Circunstancialmente, no entanto, a conquista da Lua foi uma dura batalha para a demonstração da potencialidade de cada um dos hemisférios em que a Terra esteve dividida, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando duas bombas atômicas pulverizaram os corpos de pessoas, árvores, animais e mesmo de construções, em Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
Catástrofes inevitáveis
Os Estados Unidos sofreram vários revezes ˗˗ entre eles o incêndio que destruiu em terra e matou seus ocupantes ˗˗ da primeira unidade da nave Apollo I e levou a uma supersticiosa remuneração da série que conduziria várias tripulações à Lua.
Com os louros sobre a cabeça, os Estados Unidos convenceram o mundo de sua pretensa superioridade científica e industrial, obscurecendo as conquistas soviéticas que começaram com o voo do primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik I, em 4 de outubro de 1957 e, em seguida, o voo de Gagárin, além da viagem de uma primeira mulher ao espaço em torno da Terra.
Esgotada a exploração política, no entanto, não houve razões econômicas ou mesmo científicas para novas viagens à Lua, ainda que, ainda hoje, pairem dúvidas, por exemplo, sobre a origem do satélite natural da Terra. Sua massa comparativamente elevada, faz com que, em astronomia planetária, o sistema Terra-Lua seja interpretado como um surpreendente caso de planeta binário.
O que deve estimular novas viagens da Lua é justamente a poderosa e crescente indústria do turismo, incluindo o incipiente turismo espacial e, neste nicho, o papel de naves de voo suborbital. Depois disso virão as viagens lunares, inicialmente em órbita lunar e depois com pouso na superfície.
E naves como a SpaceShipTwo se encaixam como peças de um quebra-cabeça nesse movimento de avanço progressivo.
Alguém pode argumentar que o clube dos países espaciais foi ampliado pela China e Índia ˗˗ que enviou recentemente uma nave para Marte ˗˗ o que é verdade.
Mas não toda a verdade.
O que deve impulsionar mesmo o retorno da Lua são os lucros, a exemplo do que ocorre com bancos, hospitais e hotéis e bancas de jornais, cafés e sorveterias, entre um número quase infinito de empreendimentos na Terra.
Neste caso, naves como a SpaceShipTwo são uma espécie de precursores das caravelas, as embarcações que, ao longo do século 16, revolucionaram a arte da navegação com seus calados baixos e o chamado pano latino, que permitiu a navegação à bolina, ou seja, contra a direção dos ventos dominantes, entre outras características.
A destruição da SpaceShipTwo e a morte de um de seus dois pilotos ˗˗ o segundo deles saltou de paraquedas e se recupera de graves ferimentos em um hospital ˗˗ deve levar os desenvolvedores da nave e a empresa fabricante e revisões detalhadas para que um novo acidente não se repita.
E pode, também, deixar um pouco mais claro para a maioria dos que sonham com um voo, ainda que suborbital ˗˗ de onde se pode observar por uns cinco minutos a curvatura da Terra contra o abismo escuro do espaço-tempo ˗˗ sobre os riscos de uma viagem como essa.
A Terra vista de longe
E mesmo que esses novos exploradores endinheirados ˗˗ uma viagem dessas custa bem mais que uma contrapartida qualquer na superfície da Terra, levando em conta o curto período de duração ˗˗ não se preocupem com a própria vida, os governos devem impor limites de segurança de voo também para a esfera suborbital.
Acidentes como o da SpaceShipTwo, no entanto, são praticamente inevitáveis sob a lei dos grandes números. Isso significa dizer que, da mesma forma que ocorre com aviões, em meio a uma quase completa totalidade de voos bem sucedidos, um ou outro pode não chegar ao destino. Pode, por exemplo, desaparecer sem explicações na vastidão do Pacífico, como ocorreu com um voo da Malasyan Airlines.
O fato é que, em termos pragmáticos, apenas o turismo pode levar grupos humanos de volta à Lua. Isso significa que, se num primeiro momento eles ficarão precariamente abrigados em instalações polares, como ocorreu com a conquista e ocupação dos polos extremos da Terra, num segundo momento serão construídos hotéis e toda uma rede complexa, ainda que banal, para atendimento de viajantes.
Em nada eles lembrarão o que foram, num dia do passado, cosmonautas como o soviético Iuri Gagárin, ou astronautas como o americano Neil Armstrong, quem primeiro pisou o satélite natural da Terra.
Mas quem se importará com o passado?
Filhos ou netos das gerações que agora vivem na Terra, num dia do futuro observarão, da face visível da Lua, o disco azul da Terra contra o escuro profundo do espaço.
Eles certamente se emocionarão com a Terra em fase cheia ˗˗ exatamente como as fases da Lua ˗˗ inundando o espaço próximo com a luminosidade azul produzida por sua densa atmosfera.
Instalados em hotéis na face visível da Lua, nossos descendentes observação, com a ajuda de pequenos telescópios, as cidades iluminadas da Terra, acompanharão as centenas de tempestades que a cada dia desabam da atmosfera do planeta. Alguns deles poderão ser perguntar, sem encontrar respostas, como foi possível que toda a história da espécie humana tenha se reduzido, até aquele momento, ao globo azul flutuando no espaço como um balão de gás, desses usados em festas de aniversário.
A nave, desenvolvida para explorar o turismo suborbital, um voo balístico em que atinge uma altitude máxima ˗˗ em torno de 100 km, e volta a mergulhar rumo à superfície da Terra ˗˗ integra a primeira geração de naves para desmistificação do voo espacial, ainda que seu alcance se restrinja ao espaço suborbital, o que significa dizer, incapaz de levá-la à órbita da Terra como ocorria, por exemplo, com os aposentados ônibus espaciais.
Por trás do argumento que abre esse artigo está a pergunta de um sem número de pessoas: se a Lua foi conquistada nos anos 60, e até 1972 recebeu uma viagem tripulada, por que uma nova geração de astronautas não põe os pés no satélite da Terra?
A resposta a essa questão produziria mais que um livro e recuaria às profundezas do tempo, desde que o primeiro homem, evidentemente uma pura abstração, observou a moeda prateada da Lua escalando o céu e se perguntou quando um humano poderia tocá-la com as mãos.
Essa proeza tomou forma dos vertiginosos anos 60, mais especificamente em 20 de julho de 1969, quando a tripulação da Apollo 11, formada por três astronautas, levou dois deles a pousar na Lua, enquanto um terceiro permanecia em órbita lunar, na nave de resgate que traria a equipe toda de volta à Terra.
A pré-história do espaço
Mas o voo triunfal da Apollo 11 não teria existido se, em 12 abril de 1961, um astronauta, ou cosmonauta, como foi chamado na União Soviética, com a cara redonda e o sorriso fácil de um quase adolescente, não tivesse entrado em órbita da Terra e voado em meio ao que pareceu a boa parte de seus contemporâneos, viajado entre as estrelas.
Iuri Gagárin (1934-1968) quem anunciou do espaço que “a Terra é azul” metaforicamente abriu as viagens tripuladas para a Lua e, no futuro próximo, para Marte ainda neste século. Talvez num futuro apenas um pouco mais distante, eventualmente no século 22, para as bordas do Sistema Solar ou mesmo para um mundo em órbita de uma estrela vizinha.
Mas, por que desistimos da Lua?
A conquista da Lua, e este é um fato inequívoco, foi um feito de toda a humanidade, ainda que, circunstancialmente, tenha representado uma queda de braço entre a então União Soviética, líder do mundo socialista, e os Estados Unidos, líder do bloco capitalista.
A principal razão de a conquista da Lua ser um feito de toda a humanidade está relacionada ao fato de a ciência ˗˗ corpo de conhecimento que inclui, por exemplo a astronáutica, a lei dos gases, dos movimentos e a gravitação universal, entre outros ˗˗ ser uma realização humana e não uma conquista uniliteral de qualquer nação.
Circunstancialmente, no entanto, a conquista da Lua foi uma dura batalha para a demonstração da potencialidade de cada um dos hemisférios em que a Terra esteve dividida, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando duas bombas atômicas pulverizaram os corpos de pessoas, árvores, animais e mesmo de construções, em Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
Catástrofes inevitáveis
Os Estados Unidos sofreram vários revezes ˗˗ entre eles o incêndio que destruiu em terra e matou seus ocupantes ˗˗ da primeira unidade da nave Apollo I e levou a uma supersticiosa remuneração da série que conduziria várias tripulações à Lua.
Com os louros sobre a cabeça, os Estados Unidos convenceram o mundo de sua pretensa superioridade científica e industrial, obscurecendo as conquistas soviéticas que começaram com o voo do primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik I, em 4 de outubro de 1957 e, em seguida, o voo de Gagárin, além da viagem de uma primeira mulher ao espaço em torno da Terra.
Esgotada a exploração política, no entanto, não houve razões econômicas ou mesmo científicas para novas viagens à Lua, ainda que, ainda hoje, pairem dúvidas, por exemplo, sobre a origem do satélite natural da Terra. Sua massa comparativamente elevada, faz com que, em astronomia planetária, o sistema Terra-Lua seja interpretado como um surpreendente caso de planeta binário.
O que deve estimular novas viagens da Lua é justamente a poderosa e crescente indústria do turismo, incluindo o incipiente turismo espacial e, neste nicho, o papel de naves de voo suborbital. Depois disso virão as viagens lunares, inicialmente em órbita lunar e depois com pouso na superfície.
E naves como a SpaceShipTwo se encaixam como peças de um quebra-cabeça nesse movimento de avanço progressivo.
Alguém pode argumentar que o clube dos países espaciais foi ampliado pela China e Índia ˗˗ que enviou recentemente uma nave para Marte ˗˗ o que é verdade.
Mas não toda a verdade.
O que deve impulsionar mesmo o retorno da Lua são os lucros, a exemplo do que ocorre com bancos, hospitais e hotéis e bancas de jornais, cafés e sorveterias, entre um número quase infinito de empreendimentos na Terra.
Neste caso, naves como a SpaceShipTwo são uma espécie de precursores das caravelas, as embarcações que, ao longo do século 16, revolucionaram a arte da navegação com seus calados baixos e o chamado pano latino, que permitiu a navegação à bolina, ou seja, contra a direção dos ventos dominantes, entre outras características.
A destruição da SpaceShipTwo e a morte de um de seus dois pilotos ˗˗ o segundo deles saltou de paraquedas e se recupera de graves ferimentos em um hospital ˗˗ deve levar os desenvolvedores da nave e a empresa fabricante e revisões detalhadas para que um novo acidente não se repita.
E pode, também, deixar um pouco mais claro para a maioria dos que sonham com um voo, ainda que suborbital ˗˗ de onde se pode observar por uns cinco minutos a curvatura da Terra contra o abismo escuro do espaço-tempo ˗˗ sobre os riscos de uma viagem como essa.
A Terra vista de longe
E mesmo que esses novos exploradores endinheirados ˗˗ uma viagem dessas custa bem mais que uma contrapartida qualquer na superfície da Terra, levando em conta o curto período de duração ˗˗ não se preocupem com a própria vida, os governos devem impor limites de segurança de voo também para a esfera suborbital.
Acidentes como o da SpaceShipTwo, no entanto, são praticamente inevitáveis sob a lei dos grandes números. Isso significa dizer que, da mesma forma que ocorre com aviões, em meio a uma quase completa totalidade de voos bem sucedidos, um ou outro pode não chegar ao destino. Pode, por exemplo, desaparecer sem explicações na vastidão do Pacífico, como ocorreu com um voo da Malasyan Airlines.
O fato é que, em termos pragmáticos, apenas o turismo pode levar grupos humanos de volta à Lua. Isso significa que, se num primeiro momento eles ficarão precariamente abrigados em instalações polares, como ocorreu com a conquista e ocupação dos polos extremos da Terra, num segundo momento serão construídos hotéis e toda uma rede complexa, ainda que banal, para atendimento de viajantes.
Em nada eles lembrarão o que foram, num dia do passado, cosmonautas como o soviético Iuri Gagárin, ou astronautas como o americano Neil Armstrong, quem primeiro pisou o satélite natural da Terra.
Mas quem se importará com o passado?
Filhos ou netos das gerações que agora vivem na Terra, num dia do futuro observarão, da face visível da Lua, o disco azul da Terra contra o escuro profundo do espaço.
Eles certamente se emocionarão com a Terra em fase cheia ˗˗ exatamente como as fases da Lua ˗˗ inundando o espaço próximo com a luminosidade azul produzida por sua densa atmosfera.
Instalados em hotéis na face visível da Lua, nossos descendentes observação, com a ajuda de pequenos telescópios, as cidades iluminadas da Terra, acompanharão as centenas de tempestades que a cada dia desabam da atmosfera do planeta. Alguns deles poderão ser perguntar, sem encontrar respostas, como foi possível que toda a história da espécie humana tenha se reduzido, até aquele momento, ao globo azul flutuando no espaço como um balão de gás, desses usados em festas de aniversário.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Sabe por que a Lua parece tão grande no horizonte? Ninguém sabe!
Cena típica passa a impressão que a Lua é gigantesca, quando comparada ao homem correndo.
(Apolo11) Olhar a Lua ou o Sol nascendo é uma espécie de cerimonial. São enormes, imponentes e não tem quem não se encante ou reverencie. No entanto, o gigantesco tamanho desses astros no horizonte não é real. É uma ilusão de ótica, que ninguém sabe explicar seu motivo.
Durante muito tempo, físicos, astrônomos e mais recentemente os neurocientistas vêm estudando esse fenômeno e todos os anos alguém surge com uma nova teoria, rapidamente descartada ou vista com reservas.
Na era pré-fotografia, especulava-se que esse fenômeno era provocado pela passagem da luz pelas densas camadas da atmosfera acumuladas no horizonte e que agiriam como lentes, ampliando o tamanho do Sol e da Lua.
Essa teoria permaneceu viva por muito tempo, até que as primeiras fotos mostraram que essa afirmação era um engano. Ao se tirar diversas fotos espaçadas por alguns minutos, o tamanho do Sol ou da Lua era invariavelmente o mesmo.
Para piorar a situação, ao se medir os discos do Sol ou da Lua com instrumentos de precisão ele parecerão menores quando estão próximos ao horizonte. Afinal, qualquer objeto celeste sempre estará maior quanto mais próximo estiver de nós e quanto mais acima de nossa cabeça, ou zênite, mais perto estará.
Diversos cliques sequenciais mostram a Lua desde o nascer, revelando que seu tamanho no céu é invariável.
Diversas teorias foram propostas, algumas delas totalmente desprovidas de lógica. Outras, um pouco mais técnicas afirmavam que o tamanho variava com a proximidade do perigeu, quando o Sol e a Lua ficam de fatos mais próximos. No entanto, a teoria caia por Terra quando os objetos eram fotografados. Independente da posição do céu que se encontravam, sempre aparentava o mesmo tamanho nas imagens.
Ilusão de Ponzo
Essa explicação foi proposta pelo psicólogo italiano Mario Ponzo (1882–1960), que sugeriu que a mente humana julga o tamanho dos objetos baseados no plano de fundo.
Segundo essa teoria, nossa mente interpreta como menor um objeto situado mais próximo e maior um mais distante.
Para provar sua teoria, Ponzo propôs um desenho similar aos trilhos de uma estrada de ferro, com duas barras de tamanhos idênticos desenhadas transversalmente sobre os trilhos.
Como resultado, a barra superior parece maior que a barra inferior, pois o cérebro interpreta as laterais convergentes de acordo com a perspectiva linear, nos dando a impressão que as barras estão recuando e a barra superior está mais distante.
Embora as duas barras tenham o mesmo tamanho, vemos a barra superior e aparentemente mais distante, como maior.
Duas imagens mostram a ilusão Ponzo. Créditos: NBC, Apolo11.com.
Achatamento da Abóbada
A teoria de Ponzo tem diversas variáveis e nem todas amplamente aceitas. No entanto, baseado as ideais de Ponzo foi proposta a teoria do "Achatamento da Abóbada Celeste", magnificamente explicada abaixo pelo grande astrônomo brasileiro, Ronaldo Mourão.
Segundo o ponto de vista da psicologia, o fundo do céu tem papel fundamental nesta ilusão, nos causando a impressão de que a abóbada celeste não é uma semiesfera, mas uma calota achada no zênite e que se estende em ângulo agudo até o horizonte. Essa ilusão é tão real que o próprio azul, nuvens, constelações, estrelas e planetas parecem incrustados na abóbada celeste.
A razão dessa impressão provém do fato de não existir nenhuma referência que nos permita estimar distâncias quando olhamos para cima de nossas cabeças. Ao contrário, porém, quando olhamos para o horizonte, nossos olhos contemplam os campos, bosques, montanhas, prédios, colinas e uma série de objetos que nos permite comparações e impressão de distâncias e afastamentos. Dessa forma, o céu no horizonte nos parece muito mais afastado do que no zênite.
Segundo Mourão, falecido recentemente, quando observamos o céu estrelado projetamos, sem perceber, as estrelas e a Lua sobre essa abóbada celeste achatada por nossa imaginação. Essa ilusão não ocorre somente com a Lua, mas também com as constelações ou com o Sol, que parecem maiores e avermelhados no horizonte.
Resumindo
Até agora, a Teoria de Ponzo é a mais aceita no meio acadêmico, mas por ser altamente subjetiva e praticamente impossível de ser quantizada, a falta de provas concretas a mantêm no rol das propostas possíveis.
Assim, não existe uma teoria unificada sobre o fenômeno e provavelmente levará muito tempo para o surgimento de uma.
Bons céus. Com a Lua e o Sol gigantes!
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Mistérios históricos que só a ciência explica! - LUA
(R7) A sonda espacial soviética Luna 3, em 1959, conseguiu fotografar o lado oculto da Lua, região que não é possível visualizar da Terra. A imagem mostrava que apenas 2% da área é coberta com crateras, os “buracos” que parecem ser manchas na superfície lunar. Até recentemente, não havia explicação plausível para isso. Uma teoria criada nos últimos anos diz que, na verdade, o processo de esfriamento da Lua foi muito mais rápido no lado oculto do que no lado visível, e isso fez com que as crateras vulcânicas esfriassem rapidamente.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Sonda lunar chinesa retorna à Terra com sucesso
É a primeira missão não tripulada que o país asiático realiza à Lua. Sonda chinesa atravessou 840 mil quilômetros durante missão de oito dias.
(Efe/G1) A sonda lunar chinesa lançada na sexta-feira da semana passada retornou neste sábado (1º) à Terra com sucesso, a primeira missão não tripulada que o país asiático realiza à Lua e com a qual se transforma na terceira nação a fazê-lo, após Estados Unidos e Rússia.
O veículo experimental, que apesar de não ter nome oficial foi apelidado como "Xiaofei" nas redes sociais, aterrissou em Siziwang, na região autônoma da Mongólia Interior, na madrugada deste sábado, informou a agência oficial 'Xinhua'.
Trata-se da primeira sonda desenvolvida pela China para retornar ao nosso planeta e que tem como objetivo testar as tecnologias de retorno, como o controle da navegação e o escudo de proteção contra o calor gerado pela reentrada na atmosfera, com a intenção de pousar na Lua e retornar no futuro.
As equipes preparadas na Mongólia Interior recuperaram o equipamento na local previsto para sua aterrissagem, a cerca de 500 quilômetros de Pequim.
Lançada na sexta-feira da semana passada, a sonda chinesa atravessou 840 mil quilômetros durante sua missão de oito dias, na qual fez fotos "incríveis" de nosso planeta e da Lua, destacou a imprensa oficial.
O processo de reentrada na atmosfera começou às 6h13 (horário da China), e o veículo experimental se aproximou da Terra a uma velocidade de 11,2 quilômetros por segundo.
Durante esse processo, foram cortadas as comunicações entre a Terra e a sonda, pois a alta velocidade produziu muito atrito entre o veículo e o ar e as altas temperaturas danificaram os sistemas de comunicação.
O engenheiro chefe do Comando Aeroespacial de Pequim e do Controle Central da missão, Zhou Jianliang, explicou que a sonda foi desenhada para que "pudesse rebater" durante sua reentrada na atmosfera para "diminuir a magnitude do choque", como se "fosse uma pedra que lançamos rebatendo na água de um rio ou lago", que vai moderando sua velocidade.
"Na realidade, é como quando você freia um carro: quanto mais rápido você está, mais distância será preciso para frear completamente", disse Zhou.
Essa "rebatida" durante a reentrada na atmosfera era um dos desafios da missão, já que a sonda deveria entrar em um ângulo muito preciso para retornar com sucesso. Um erro de 0,2 graus poderia significar o fracasso.
"Esta bem-sucedida missão nos permitiu reunir muitos dados e adquirir uma base sólida para missões futuras", destacou, por sua vez, Wu Yanhua, vice-diretor da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional da China.
Os resultados obtidos servirão para o desenvolvimento da sonda Chang'e 5, prevista para 2017, e com a qual a China pretende pousar na Lua, recolher amostras e voltar à Terra.
As sondas Chang'e 1 e 2, lançadas respectivamente em 2007 e 2010, orbitaram em volta da Lua, enquanto a Chang'e 3 pousou na superfície lunar em dezembro do ano passado com o veículo científico Yutu.
A sonda Chang'e 4 foi desenvolvida como veículo reserva da Chang'e 3 e será readaptada para ser utilizada em experimentos que ajudarão no desenvolvimento da próxima sonda.
O desenvolvimento de tecnologias de retorno pode fazer com que China realize missões tripuladas à Lua no futuro. Os astronautas chineses, chamados de taikonautas, participaram de cinco missões ao espaço entre 2003 e 2013 a bordo das naves "Shenzhou".
----
Matérias similares no Terra, Folha, UOL, Yahoo e O Globo
(Efe/G1) A sonda lunar chinesa lançada na sexta-feira da semana passada retornou neste sábado (1º) à Terra com sucesso, a primeira missão não tripulada que o país asiático realiza à Lua e com a qual se transforma na terceira nação a fazê-lo, após Estados Unidos e Rússia.
O veículo experimental, que apesar de não ter nome oficial foi apelidado como "Xiaofei" nas redes sociais, aterrissou em Siziwang, na região autônoma da Mongólia Interior, na madrugada deste sábado, informou a agência oficial 'Xinhua'.
Trata-se da primeira sonda desenvolvida pela China para retornar ao nosso planeta e que tem como objetivo testar as tecnologias de retorno, como o controle da navegação e o escudo de proteção contra o calor gerado pela reentrada na atmosfera, com a intenção de pousar na Lua e retornar no futuro.
As equipes preparadas na Mongólia Interior recuperaram o equipamento na local previsto para sua aterrissagem, a cerca de 500 quilômetros de Pequim.
Lançada na sexta-feira da semana passada, a sonda chinesa atravessou 840 mil quilômetros durante sua missão de oito dias, na qual fez fotos "incríveis" de nosso planeta e da Lua, destacou a imprensa oficial.
O processo de reentrada na atmosfera começou às 6h13 (horário da China), e o veículo experimental se aproximou da Terra a uma velocidade de 11,2 quilômetros por segundo.
Durante esse processo, foram cortadas as comunicações entre a Terra e a sonda, pois a alta velocidade produziu muito atrito entre o veículo e o ar e as altas temperaturas danificaram os sistemas de comunicação.
O engenheiro chefe do Comando Aeroespacial de Pequim e do Controle Central da missão, Zhou Jianliang, explicou que a sonda foi desenhada para que "pudesse rebater" durante sua reentrada na atmosfera para "diminuir a magnitude do choque", como se "fosse uma pedra que lançamos rebatendo na água de um rio ou lago", que vai moderando sua velocidade.
"Na realidade, é como quando você freia um carro: quanto mais rápido você está, mais distância será preciso para frear completamente", disse Zhou.
Essa "rebatida" durante a reentrada na atmosfera era um dos desafios da missão, já que a sonda deveria entrar em um ângulo muito preciso para retornar com sucesso. Um erro de 0,2 graus poderia significar o fracasso.
"Esta bem-sucedida missão nos permitiu reunir muitos dados e adquirir uma base sólida para missões futuras", destacou, por sua vez, Wu Yanhua, vice-diretor da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional da China.
Os resultados obtidos servirão para o desenvolvimento da sonda Chang'e 5, prevista para 2017, e com a qual a China pretende pousar na Lua, recolher amostras e voltar à Terra.
As sondas Chang'e 1 e 2, lançadas respectivamente em 2007 e 2010, orbitaram em volta da Lua, enquanto a Chang'e 3 pousou na superfície lunar em dezembro do ano passado com o veículo científico Yutu.
A sonda Chang'e 4 foi desenvolvida como veículo reserva da Chang'e 3 e será readaptada para ser utilizada em experimentos que ajudarão no desenvolvimento da próxima sonda.
O desenvolvimento de tecnologias de retorno pode fazer com que China realize missões tripuladas à Lua no futuro. Os astronautas chineses, chamados de taikonautas, participaram de cinco missões ao espaço entre 2003 e 2013 a bordo das naves "Shenzhou".
----
Matérias similares no Terra, Folha, UOL, Yahoo e O Globo
Assinar:
Postagens (Atom)